terça-feira, 13 de março de 2012

CÂMPUS EXPERIMENTAL DA UNESP DE TUPÃ TERÁ CURSO DE ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS


O Câmpus da UNESP de Tupã


                             Entre os novos cursos que estarão sendo lançados pelo governador Geraldo Alckmin está o de Engenharia de Biossistemas, que passará a ser oferecido pelo Câmpus Experimental da Unesp de Tupã. Resultado de anos de luta do governo municipal junto à reitoria da Unesp e ao governo estadual, a criação do novo curso havia sido anunciada pelo governador durante visita a Tupã no mês passado para a inauguração da ampliação da Escola Técnica do Centro Paula Souza “Massuyuki Kawano”.

                             Na ocasião Alckmin lembrou que o campus de Tupã contava com apenas um curso, a exemplo de outras cidades da região e que existia um plano estadual para reverter esta situação. "Vamos fazer um plano para todos os nossos campi, que têm uma faculdade passem a ter duas", afirmou o governador.

                             O prefeito Waldemir agradeceu ao governador pela conquista e destacou a importância do novo curso, que tratará para Tupã uma nova opção de gradução, inovadora, diferenciada e voltada para a sustentabilidade.

                             “Tupã está de parabéns pela conquista desse novo curso da Unesp, que se deve ao empenho do nosso amigo, governador Geraldo Alckmin e do apoio decisivo do deputado Edson Aparecido, hoje secretário de Desenvolvimento Metropolitano e de seu assessor Luis Feliciano, que realmente não mediram esforços para que a nossa Unesp fosse agraciada com esse novo curso”.

                             O chefe do Executivo tupãense ressaltou que o curso de Engenharia de Biossistemas da Unesp de Tupã será um dos primeiros do país, devendo atrair alunos de várias regiões e estados. “Esse novo curso é muito abrangente e irá formar profissionais diferenciados, qualificados para enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais carentes de pessoas com conhecimentos que aliem técnicas tradicionais com as novas tecnologias. É um curso que irá formar profissionais diferenciados, que irão lidar diretamente com a questão da sustentabilidade, atuando em todos os setores da produção, seja de alimentos, seja de materiais. É importante ressaltar que o curso de Engenharia de Biossistemas ainda é uma novidade no país, por isso acreditamos que deverá ser muito concorrido. É um curso diferenciado, voltado à sustentabilidade e que abrange vários segmentos da produção agrícola, complementando o curso de Administração com ênfase em agronegócio que já é oferecido pela Unesp de Tupã”.

                             Mais que ampliar as oportunidades de formação universitária, com ensino superior gratuito e de qualidade aos jovens da cidade e região, o novo curso da Unesp de Tupã também representará novos investimentos na cidade.

                             Além dos recursos estimados em cerca de R$ 4 milhões, que serão destinados à estruturação do novo curso, incluindo a construção de laboratório e contratação de professores, a vinda de novos alunos também terá grande impacto na economia local, aquecendo vários setores como o imobiliário, alimentício e de serviços.

O curso

                            Apesar de relativamente novo no país, o curso de Engenharia de Biossistemas oferece aos graduandos uma formação vasta no campo de agronegócios, uma vez que representa um ramo da engenharia que lida com a produção agropecuária, de materiais ou alimentos, trabalhando ainda com energia limpa e de biomassa, buscando sustentabilidade através da incorporação e criação de novas tecnologias, isto é, garantindo um volume de produção que atenda às necessidades da população, sem prejudicar o ambiente e a sociedade.

                             O curso, apesar de relativamente novo no Brasil, é muito tradicional na Europa e nos Estados Unidos e busca alternativas para diminuir o impacto causado ao meio ambiente pelo processo de produção industrial e até mesmo pela produção agrícola. É uma forma de engenharia que estuda a ciência e tecnologia de suporte à produção de alimentos, materiais e energia. Ela garante que a crescente população mundial tenha abundância e qualidade de alimento, água pura e potável para beber, combustíveis limpos, fontes de energia alternativas e um ambiente seguro e saudável.

                              Neste curso os princípios de engenharia, física, matemática, química e biologia são aplicados aos sistemas de produção, colheita, transporte, armazenagem e beneficiamento, entre outros, para diminuir os gastos e aumentar a produtividade (fator econômico), diminuir ou reaproveitar resíduos e efluentes (ambientalmente responsável) e gerar empregos e renda (engajamento social). A Engenharia de Biossistemas está ligada à sustentabilidade.

                              Os engenheiros de biossistemas projetam soluções eficientes para problemas envolvendo os seres vivos e o ambiente natural. Unindo matérias como mecânica, materiais, termodinânica, eletrônica e circuitos, fenômenos de transporte, operações unitárias, instrumentação e desenho com ciências da vida, biologia e química, esses profissionais recebem uma base multidisciplinar e são capazes de integrar equipes excepcionais.

                               O engenheiro de Biossistemas atua na criação, desenvolvimento, produção, aplicação e manutenção dos sistemas de apoio à produção sustentável no setor de agropecuária. Por meio de avanços em mecanização, tecnologia da informação e computação, o engenheiro melhora o rendimento geral enquanto reduz os gastos.

                                 Ele pode atuar na construção de rurais e ambiência, atuando no controle do clima dentro de um estábulo, granja, pocilga etc., sistemas de ventilação e aquecimento, temperatura e qualidade da água num tanque de aquicultura, estado de stress dos animais etc., desenvolvimento e uso de novos materiais para construção, para superfícies, janelas e/ou vigas, biopolímeros etc.

                                O profissional de biossistemas também pode trabalhar com Bioenergia, na co-geração de energia elétrica ou calor (energia térmica) a partir de resíduos de atividades florestais, madeireiras, pecuaristas ou agrícolas; geração distribuída de energia elétrica; geração termo-solar ou foto-voltaica.

                                Outro campo de atuação é o de biocombustíveis, buscando o melhoramento de técnicas conhecidas (como fermentação, transesterificação), desenvolvimento de novas técnicas, novas vias bioquímicas, novos organismos (leveduras, algas, bactérias), estudo de novas fontes (celulose, sacarídeos, resíduos).

                                  O engenheiro de biossistema trabalha ainda com mecanização agrícola, com desenvolvimento do padrão ISOBUS, desenvolvimento de implementos agrícolas (fertilizadeiras, plantadeiras, semeadeiras), tratores, equipamentos para agricultura de precisão, sistemas integrados com GPS ou comunicação wireless, demarcação de talhão e zoneamento da fazenda e com Tecnologia da informação e informática agrícola, desenvolvendo de softwares para controle de rastreabilidade, desenvolvendo hardware (biosensores, sinalizadores, rastreadores) e atuando na integração de fazendas por meio de redes sem fio de curto, médio e alto alcance.

                                  Também são campos de atuação agricultura de precisão, com mapas de produtividade, cartas de solo, aplicação com taxa variável (de fertilizantes), mapas de fertilização, aquisição de imagens por satélite (imagens orbitais) ou por sobrevôo (imagens aéreas); e a zootecnia de precisão, através da individualização do gado, melhoramento e precisão na distribuição de ração, nutrientes e água, aquisição de imagens termográficas e sinais sonoros para controle de stress do animal, bem estar animal, instalações inteligentes, ordenhadeiras, dispositivos de distensão muscular para equinos etc.

                                  O Profissional estará habilitado ainda para atuar com tecnologia pós-colheita, que engloba o tratamento, separação, classificação, beneficiamento e armazenagem dos produtos agrícolas, secagem de grãos, tecnologia e estruturas de silos, desenvolvimento de algoritmos de análise de imagens para classificar os produtos automaticamente, análise de qualidade.