segunda-feira, 18 de julho de 2011

BIODISEL - PRINCIPAL PRODUTO AGRÍCOLA DA REGIÃO, O AMENDOIM TEM MUITO MERCADO PARA CRESCER


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                                O amendoim rende 50% de óleo, mas é pouco lembrado no setor bioenergético. A não ser pela pesquisa, que busca cultivares propícias

                                 Da soja, pode-se extrair 20% de óleo para fabricação de biodiesel. Do amendoim, algumas variedades produzem até 55% de óleo para a mesma finalidade. A diferença é que, hoje, a soja é o principal vegetal utilizado no País para fabricação de biodiesel. O amendoim, por sua vez, continua de escanteio comercialmente, quando o assunto é bioenergia.

                                 Porém, o amendoim tem potencial para desbancar a soja. O engenheiro agrônomo, João Paulo Mantovani, diz que "quando o mercado deixar de focar o volume de produção e se voltar para a qualidade, o óleo de amendoim poderá ser uma das principais fontes de biodiesel".

                                 Ainda falta um longo caminho até que o amendoim alcance este status. Primeiro porque as áreas de cultivo são pequenas e limitam-se praticamente ao estado de São Paulo, que concentra 90% das lavouras da oleaginosa, cultivada em regime de rotação com a cana-de-açúcar.

                                 Segundo, porque a maior parte da produção é destinada ao setor de confeitaria, o que diminui ainda mais o volume de matéria-prima destinado ao óleo, que atualmente também vai para fins culinários.

                                  Um dos caminhos para tornar o amendoim à principal fonte de biodiesel no Brasil é investir no melhoramento genético, defende o agrônomo. Segundo ele, o alto custo de produção do óleo de amendoim não estimula as empresas a produzir biodiesel, já que o que se paga pelo combustível é menos do que pelo óleo puro, com alto valor agregado.

                                  “O ponto crítico, é o alto custo da produção, de R$ 2.900 por hectare, o que torna inviável um projeto exclusivo para biodiesel", diz. A estratégia, para ele, é investir no desenvolvimento de variedades com alto teor de óleo e resistentes a pragas e doenças. Segundo Mantovani, este ponto é crítico, porque no amendoim os gastos com defensivos representam 30% do custo de produção.

                                   Para João Paulo Mantovani, o desenvolvimento de variedades resistentes e produtivas tanto em óleo quanto por hectare pode estimular o surgimento de um sistema de produção dirigido especificamente para o setor energético, o que hoje não ocorre. "Atualmente o que abastece as empresas produtoras de óleo é o amendoim descartado nas empresas de confeitaria." (Assessoria de Imprensa da PMT)