RIO - No Dia Mundial Sem Tabaco, a Organização Mundial da Saúde estima que, só este ano, cerca de seis milhões de pessoas devem morrer por causa do cigarro, incluindo 600 mil não fumantes que serão vítimas da exposição à fumaça. Apesar de a Convenção Quadro para Controle do Tabaco da OMS ter registrado avanços nos últimos anos, como aumento do número de países membros, as doenças decorrentes do fumo continuam fazendo um número enorme de vítimas.
Estima-se que mais da metade de todos os fumantes deve morrer de doenças relacionadas ao vício,como ataques cardíacos, derrames, câncer e enfisema, responsáveis por cerca de 63% de todas as mortes, aproximadamente 80% das quais ocorrem em países de baixa e média renda.
Desde que a Convenção foi adotada pela Assembleia Mundial de Saúde, em 2003, 172 países e a União Europeia passaram a fazer parte do programa. Entre outras medidas, as partes são obrigadas, ao longo do tempo, a proteger as pessoas contra a exposição ao fumo; banir a venda e a propaganda de cigarros para menores de idade; colocar grandes avisos sobre os riscos para a saúde nas embalagens; banir ou limitar produtos com aditivos de tabaco; aumentar a taxação do cigarro; criar um mecanismo de coordenação nacional de controle do fumo.
Alguns dos avanços listados pela OMS são: o Uruguai exige que avisos relacionados aos riscos para a saúde cubram 80% das embalagens de cigarro; a Irlanda baniu o fumo em locais públicos em 2004; no Sri Lanka, os impostos do cigarro equivalem a 73% do preço no varejo; em 2006, o Irã aboliu todos os tipos de publicidade de tabaco.
No Brasil, especificamente, um levantamento feito pelo Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP) traçou o perfil dos fumantes que procuram ajuda em seu ambulatório antitabágico. Em seis anos de atividade, o local recebeu aproximadamente 1.600 pessoas. Sessenta e cinco por cento dos pacientes são mulheres e 35%, homens.
A maioria das pessoas que procura ajuda para parar de fumar têm entre 41 e 50 anos (38%), seguida dos fumantes com idade entre 51 e 60 anos (26%) e que fumaram em média por 31 a 40 anos (35%) ou de 21 a 30 anos (30%).
Uma parcela considerável dos pacientes começou a fumar ainda muito jovem, com idades entre 11 e 15 anos (41%) ou 16 a 20 anos (34%). Outro número não menos importante mostra a quantidade de cigarros fumados por dia: 50% dos participantes fumavam entre 11 e 20 cigarros e 19%, de 21 a 30.
Em relação à dependência ao tabaco, constatou-se que 48% possuem média dependência e 24% possuem elevada dependência, sendo que 80% dos participantes já haviam tentado parar de fumar, 27% tentaram uma vez e 22% mais de quatro vez.